Na última terça-feira, agentes da Polícia Federal e Anatel fecharam uma rádio comunitária que funcionava irregularmente no morro Dona Marta, em Botafogo. Na ação, dois diretores do veículo foram encaminhados para prestar depoimento na delegacia e o equipamento de transmissão foi apreendido. Projeto antigo dos idealizadores, a Rádio Santa Marta 103,3 FM funcionava há quase um ano e produzia entretenimento e informação voltada para os moradores da favela.
Com um alcance até determinado trecho da Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, a rádio tinha uma programação variada e atingia diferentes interesses da população do morro, quase todos os programas tinham um espaço para divulgar um boletim informativo sobre os acontecimentos do morro. De acordo com o presidente da associação de moradores do Dona Marta, José Hilário, antes da rádio, as informações era transmitidas através de auto falantes instalados no alto de postes.
-Na época, esta foi a solução encontrada para que os moradores ficassem por dentro dos acontecimentos. Agora, com a rádio, podemos avisar com mais facilidade as datas das vacinas, as obras que serão realizadas e outros eventos relevantes.
Há oito anos, o morador Edilson Benedito realiza alguns projetos com as crianças da comunidade. Com a rádio, Benedito ganhou um espaço todas as manhãs para transmitir o programa "Brincando como criança", onde os menores conseguem ter um contato com a cultura infantil.
- Algumas dessas crianças nunca tinham ouvido falar nos clássicos da literatura infantil brasileiros. Na sede da rádio, montamos uma biblioteca com diversos exemplares. Assim, elas passaram a conhecere essas obras.
A história do veículo começou quando um morador teve a ideia de montar uma rádio com uma programção evangélica. Em fase de teste, a então Som da Casa FM 106,1 chegou a entrar no ar mas por problemas de saúde de um dos idealizadores, o projeto acabou sendo deixado de lado. De acordo com um panfleto distribuido pela Rádio Santa Marta, a iniciativa tomou um novo rumo quando o músico Marcelo Yuka, ex integrante da banda O Rappa, doou um equipamento de tramissão para morador Emerson Nascimento, conhecido como Rapper Fiell, que resolveu juntar forças com a antiga rádio e fundar uma nova, com uma programação mais variada.
Severina Macedo, que reside no morro há 40 anos, não deixava de escutar a rádio nem um dia e acredita que o veículo eaumentava a voz dos moradores:
- O meu radinho ficava sintonizado na 103,3 FM o dia todo. Era o uníco canal que divulgava os problemas do morro. Sem a rádio, ficamos órfãos.
Para conseguir uma licença de instalação de uma rádio comunitária é preciso entrar com um pedido no Ministério das Comunicação e atender alguns requisitos. A entidade não pode ter fins lucrativos, deve ter caráter cultural e social e garantir o acesso gratuito a todo e qualquer membro da comunidade interessado em participar dela.
Fonte: Bairros.com:Oglobo
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